A produção da pecuária
brasileira, impulsionada pela expansão da demanda interna e das exportações,
cresceu de forma expressiva no período de 2000 a 2007, especialmente no Sul,
Sudeste e Centro-Oeste. A conquista de novos mercados e restrições sanitárias impostas
a importantes concorrentes contribuíram para que o Brasil se tornasse, no
período, o maior exportador mundial de carne bovina e de frango. Vale ressaltar
que, a partir de 2008, o impacto da crise internacional sobre a demanda externa
foi neutralizado, em parte, pelo crescimento do consumo doméstico. A análise é
do Banco Central da República, através de Boletim Informativo, divulgado na
última segunda-feira (12), em Belém, capital do Pará.
Segundo o documento do BCB,
na Pesquisa Pecuária Municipal, realizada pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), os rebanhos brasileiros de suínos, aves e
bovinos registraram aumentos anuais médios respectivos de 2,2%, 2% e 1,7%, no
quadriênio encerrado em 2011, ante, na mesma ordem, 5%, 1,9% e 2,3% no período
de 2000 a 2007 A taxa média de expansão anual do consumo brasileiro de carnes
de suínos, aves e bovinos atingiu 2,8%, 4,1% e 2%, respectivamente, de 2008 a
2012, segundo o Departamento de Agricultura Norte-Americano (USDA), com as
exportações variando, em média, 1,4%, 2% e -4,1%, no mesmo período.
Preços - Em
2012, a redução dos preços ao consumidor da carne bovina, o aumento dos preços
de produtos concorrentes e a recuperação das exportações favoreceram a expansão
de 8,4% na procura de carne bovina, 2,8% de suína e 1,0% de aves, adianta a
informação.
A análise dos abates por
região revela que o Sul, Centro-Oeste e Sudeste foram responsáveis, em
conjunto, por 98,9%, 93,7% e 71,3%, respectivamente, dos abates de suínos,
frangos e bovinos realizados em 2012. No período 2008/2012, houve expansão do
abate dos três rebanhos em todas as regiões, à exceção de frangos no Norte e no
Sudeste.
Regiões -
Regionalmente, ocorreram aumentos generalizados nos rebanhos de bovinos, com
média anual de 3,4% no Norte, região que deteve participação de 20,3% no
efetivo do País, no período 2008/2012. Em relação ao segmento de suínos,
registraram-se aumentos no Centro-Oeste, Sudeste e Sul, responsáveis, em
conjunto, por 80,6% do rebanho nacional. Note-se que o Norte foi a única região
a registrar recuo na produção de aves; e o Centro-Oeste, com média de 3,7%,
registrou o maior crescimento.
Pela avaliação oficial, as
médias anuais das cotações da arroba do boi gordo e do quilo de carnes de
frango e suínas aumentaram, na ordem, 24,6%, 56,2% e 8,2% de 2008 a 2012. De
acordo com a Pesquisa Trimestral de Abate de Animais, do IBGE, os abates de
suínos, frango e de bovinos registraram aumentos anuais médios de 7,1%, 3,1% e
2,6%, de 2008 a 2012.
"Importa destacar que o
recuo de 6,1% em 2008, no segmento de bovinos, refletiu o ciclo da pecuária, e
o de 2,8% em 2011, o impacto da crise internacional sobre a demanda externa e a
imposição de restrições sanitárias a importações pela União Europeia",
observa o Boletim Regional do Banco Central.
Exportações - As
exportações brasileiras do segmento pecuário cresceram, em média, 3,1% ao ano,
no período 2008/2012, e as exportações totais, 5,2%. Vale ressaltar que o recuo
acentuado nas exportações, em 2009, evidenciou impacto da crise internacional
sobre a renda disponível em importantes importadores. A participação média das
vendas externas do segmento no total exportado pelo País atingiu 6,2% no
período.
O impulso da demanda externa
à produção foi mais intenso no Norte e Centro-Oeste, cujas exportações de
carnes e miudezas comestíveis registraram expansões anuais respectivas de 13,5%
e 8,7%, de 2008 a 2012. Importante enfatizar os recuos respectivos de 6,9
pontos percentuais e 2,9 pontos percentuais nas participações das exportações
do Sudeste e Sul, no total do País, e as elevações de 1,6 ponto percentual e
6,6 pontos percentuais nas do Norte e Centro-Oeste.
Empregabilidade - A
atividade pecuária respondia por 2% do contingente de pessoas ocupadas no País
em dezembro de 2011, de acordo com a Relação Anual de Informações Sociais, do
Ministério do Trabalho e Emprego (Rais/MTE) (2,2% em dezembro de 2008). As
maiores participações no total do emprego formal na atividade ocorreram no
Sudeste, Sul e Centro-Oeste; e o maior aumento no contingente de ocupados foi
observado no Nordeste, 12,8%, com destaque para os setores abate de suínos,
aves e outros pequenos animais, e fabricação de produtos da carne.
Em linhas gerais, a pecuária
brasileira, sustentada, em especial, pelo dinamismo da demanda interna, evoluiu
favoravelmente no período recente, como revela, por exemplo, a geração de
empregos pela atividade. Os rebanhos e abates de bovinos concentraram-se no
Centro-Oeste, Norte e Sudeste, enquanto os relativos a aves e suínos
predominaram no Sul. As perspectivas para a produção pecuária seguem
favoráveis, especialmente em regiões não afetadas por estiagem.
Fonte: http://www.aviculturaindustrial.com.br